Sombras da Noite, Toda família tem seus demônios

Sombras da Noite um filme de terror com um pouco de comédia e muito suspense, personagens sendo vampiro, bruxa, fantasmas ate lobisomem... em um mundo totalmente estranho! o principal sendo Barnabas Collins um vampiro que tem uma família chia de segredos... e devido a uma bruxa, gosta dele e por conta disso vem perseguindo a sua familia, até o tranca em um caixão de ferro por muitos anos

 

 Sinopse: No ano de 1752, Joshua, Naomi Collins e seu filho Barnabas, foram embora de Liverpool, Inglaterra, para começar uma nova vida na América. Mas mesmo um oceano não foi suficiente para escapar da misteriosa maldição que atormenta sua família. Duas décadas se passaram e Barnabas (Johnny Depp) tem o mundo aos seus pés, ou pelo menos a cidade de Collinsport, Maine. Capitão do Collinwood Manor, Barnabas é rico, poderoso e um playboy inveterado ... até que ele comete o erro grave de quebrar o coração de Angelique (Eva Green), uma bruxa, em todos os sentidos da palavra, Angelique condena-o a um destino pior que a morte, transformando-o em um vampiro e enterrando-o vivo. Dois séculos mais tarde, Barnabas é libertado de seu túmulo, e surge nos dias modernos. 
Trailer:




O filme é baseado numa obscura série de televisão e tem uma trama que é típica de Tim Burton. Barnabas Collins (Depp) é membro de uma rica família no século XVIII, que é transformado em vampiro pela bruxa Angelique (Eva Green). Enterrado vivo, ele é retirado da sua cova por acidente em 1972 e enconta os descendentes da sua estirpe em plena decadência. Ao mesmo tempo em que procura se vingar de Angelique (que, graças aos seus poderes, permanece viva e jovem), Barnabas reconhece na tutora da família, Victoria (Bella Heathcote) uma espécie de reencarnação do seu antigo amor.


 Fazia tempo que Burton não se soltava tanto, e o filme é direcionado para um público mais adulto. Há dúzias de insinuações sexuais -- e Barnabas é o mais próximo de um "pegador" a existir num título do diretor. Além da sua paixão por Victoria, ele ainda cai em tentação por Angelique e tem seus momentos com a médica alcoólatra vivida por Helena Bonham Carter. Aliás, a escalação de um elenco feminino belíssimo é parte de uma calculada "sensualiazação". Da mulher mais velha em cena (Michelle Pfeiffer, imortal em seus 54 anos) à mais nova (a estrela em ascensão Cloë Grace Moretz, de 15 anos), todas exalam pura beleza .

 

 Neste sentido é impressionante o trabalho da belíssima Eva Green. Atriz conhecida por papeis dramáticos (como em Cruzada ou Cassino Royale), aqui ela mostra um talento nato para a comédia de estranhices de Burton, construindo um dos personagens mais sensuais a habitar uma película do diretor. Por outro lado, Johnny Depp faz uma ótima caracterização como Barnabas, um sujeito de moral dúbia que, ao mesmo tempo que diz prezar a família acima de tudo, se deixa seduzir pela sua inimiga. O andar e gestual lentos e o vocabulário rebuscado são essenciais para entendê-lo como um homem que vive num ritmo fora contemporâneo. E, apesar dele ser o mocinho, Tim não titubeia em colocá-lo em situações em que ele precisa matar inocentes -- e assim arrancar risos nervosos do espectador.

 
Falando no diretor, Burton faz desfilar na tela todas as suas paixões cinematográficas. Há elementos góticos e expressionistas -- o plano em que Barnabas descobre que virou vampiro, por exemplo, lembra os filmes de terror da Universal nos anos 1930 e 40 tanto pela fotografia quase monocromática com flashes reproduzindo relâmpagos como pelo gestual exagerado do ator. Por outro lado, a ambientação setentista da trama permite que o cineasta (que era adolescente nesta época) possa também fazer referência ao que ele via na televisão e ao que ele ouvia de música. A trilha, aliás, é repleta de canções obscuras da época, cuja seleção certamente deve ter divertido tanto o diretor como o compositor Danny Elfman -- brincadeira que chega ao clímax com a participação de Alice Cooper.

 

 O que não quer dizer que tudo no filme sejam flores. O roteiro tem excesso de personagens e alguns deles são totalmente inúteis (como o irmão de Michelle Pfeiffer, que nada faz na história). Isso cria um problema de foco: no início, a narrativa é construída em torno de Victoria, para depois ser deslocada para o problemático menino David -- mas ambos, a partir de certa altura, são simplesmente dispensados. Esta flutuação acaba subaproveitanto boas performances, como a de Cloë Grace Moretz, uma Lolita rock 'n' roll que merecia mais tempo de tela. Outra grande falha do texto (a maior) é revelar no terceiro ato que um dos personagens é um lobisomem, sem que haja construção na narrativa que indicasse esta presença.


Não é assim em Sombras da Noite. Aqui, Burton lembra mais o sujeito anárquico de Os Fantasmas se Divertem e Marte Ataca!, que quer fazer rir através do grotesco, do tétrico, do exagero gótico de cores extravagantes. São filmes sombrios, porém comédias -- ou vice-e-versa (ainda que Marte Ataca! seja muito ruim). É visível que o cineasta fez em Sombras da Noite um filme em que ele se divertisse -- ele e os amigos de longa data, como Depp, o compositor Danny Elfman e sua esposa Helena Bonham Carter.


 Numa entrevista de divulgação de Sombras da Noite, um repórter perguntou a Johnny Depp o motivo dele ter topado mais uma parceria (a oitava) com o diretor Tim Burton. O ator respondeu: os fãs. Um discurso que costumamos ouvir muito no rock, em reuniões de bandas, replicado aqui numa situação cinematográfica -- que explica muito sobre o caráter deste novo filme. Sombras da Noite é feito para os fãs de Burton e Depp. Não os neófitos, mas os aficcionados das antigas. Esqueçam o Tim Burton familiar e mainstream de Alice no País das Maravilhas e A Fantástica Fábrica de Chocolate. Esse era uma fera controlada, que exibia apenas traços do seu gosto pelo bizarro.

 



 Posters:

 Vocês devem ter conhecido um pouco do filme...
e um filme cheio de mistérios, quem nunca assisiu aconselho assistir aqui mesmo.

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